A Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro
tem em sua regulamentação o desenvolvimento de ações voltadas à formação de
professores e tem como objetivo de contribuir para a melhoria do ensino da
leitura e escrita nas escolas públicas brasileiras.
Essa Olimpíada é desenvolvida da
seguinte forma, em anos pares, realiza um concurso de produção de textos que
premia as melhores produções de alunos de escolas públicas de todo o país. Na
3ª edição participam professores e alunos do 5º ano do Ensino Fundamental (EF)
ao 3º ano do Ensino Médio (EM), nas categorias: Poema no 5º e 6º anos EF;
Memórias no 7º e 8º anos EF; Crônica no 9º ano EF e 1º ano EM; Artigo de
opinião no 2º e 3º anos EM.
Por sua vez nos anos ímpares,
desenvolve ações de formação presencial e a distância, além da realização de
estudos e pesquisas, elaboração e produção de recursos e materiais educativos.
A OLP é uma iniciativa do Ministério
da Educação (MEC) e da Fundação Itaú Social, com coordenação técnica do Cenpec
— Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária, a
Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro tem como parceiros na
execução das ações o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), a
União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e o Canal Futura.
Os alunos e professores de Língua
Portuguesa da EEEFM Bananal participaram das atividades da referida olimpíada. Através
de uma comissão escolar foram escolhidos os textos dos alunos para a etapa
nacional. Nesse momento, estamos publicando um dos textos.
Categoria: Artigo de opinião:
“NÔMADES” DO TRABALHO
Moro em uma pequena
cidade de interior. Pequena só no tamanho, pois a admiração que ela recebe é
digna das grandes cidades. Com pouco mais de 17 mil habitantes, Rio Bananal é
assim chamado devido a uma característica natural que possuía: as inúmeras
bananeiras que protegiam o rio que à corta, quando aqui chegaram os primeiros
desbravadores. Infelizmente, hoje já não são tantas, conseqüência da tão
espaçosa modernização. Mesmo assim, o nome da cidade deixou marcada a
existência delas.
Apesar de seu batismo
ter influência dos bananais, não é esta a cultura que promove o crescimento da
cidade. Seja em pequenas ou grandes extensões de terra, são os cafezais que
pintam de verde o solo ribanense, levando o sustento desenvolvimento às famílias
da região, além de aquecer as manhãs do mundo inteiro.
Mas para que o tão
saboroso cafezinho chegue ao alcance de nossas mãos, ele passa por um processo
longo e cansativo, que exige o uso de grande mão-de-obra. Pois, caso o café não
seja colhido no tempo certo, pode ter sua qualidade afetada, pondo em risco
investimentos feitos durante todo o ano.
Com a safra do café
conilon, o mais cultivado na região, é realizada durante o mesmo período para
todos os produtores, consequentemente, a mão-de-obra se torna escassa no
município, fazendo com que trabalhadores de outras cidades, e até mesmo
estados, venham suprir a necessidade dos produtores rurais daqui.
Porém, mesmo depois
de terem atravessado quilômetros de rodovias, deixando para trás pessoas amadas
que passam noites em claro à sua espera, esses “nômades do trabalho” não são
devidamente valorizados, pois se deparam com condições de vida subumanas, mas
isso não é tudo. Muitos deles não tem sua carteira de trabalho assinada e são
pagos por saco de café colhido. Portanto, deixam de ter direito ao FGTS (Fundo
de Garantia pó Tempo de Serviço) e ficam vulneráveis à uma demissão a qualquer
momento, podendo até não ter dinheiro para pagar sua passagem de volta para a
casa.
Existe uma
resistência por parte dos produtores rurais em relação a regulamentação de seus
funcionários. Resistência que é até compreendida pelo fato de que o produtor gasta mais para regularizar um funcionário, e
além disso não tem certeza absoluta se ele compensará os gastos feito. A lei
garante que todos tem direito à carteira assinada e condições dignas de
trabalho. Isso é indiscutível. Além do mais, a época de coronéis e feudos já
passou, estamos agora no século XXI, rumo ao crescimento econômico e
intelectual do país.
Alguns acreditam que
com a vinda de trabalhadores para cá a violência aumenta. Com a legalização do
trabalhador de fora esse problema seria amenizado devido à existência de um
registro de seus antecedentes criminais, e também, teria de cumprir com os
deveres de um assalariado, o que diminuiria seu tempo de “folga”, evitando o
vandalismo.
Apesar dos aparentes
prejuízos financeiros que a regulamentação do trabalho trás e que espanta os
produtores, ela é realmente necessária e positiva, pois evita maiores prejuízos
futuros. Além de indispensável, é direito de todo cidadão trabalhador, que por
isso só já enfrenta conflitos diários,
portanto, deve ter seus direitos respeitados. Afinal, tanto produtor, quanto
funcionário, são extremamente dependente um do outro, sendo assim, é essencial que
aja respeito, companheirismo e legalidade entre eles.
Professora: Soeli Demoner Valle
Aluna: Caroline Elias Frigi
Série 3º M02
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