quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Participação da EEEFM Bananal na Olimpíada de Língua Portuguesa - Escrevendo o futuro - 2012


A Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro tem em sua regulamentação o desenvolvimento de ações voltadas à formação de professores e tem como objetivo de contribuir para a melhoria do ensino da leitura e escrita nas escolas públicas brasileiras.
Essa Olimpíada é desenvolvida da seguinte forma, em anos pares, realiza um concurso de produção de textos que premia as melhores produções de alunos de escolas públicas de todo o país. Na 3ª edição participam professores e alunos do 5º ano do Ensino Fundamental (EF) ao 3º ano do Ensino Médio (EM), nas categorias: Poema no 5º e 6º anos EF; Memórias no 7º e 8º anos EF; Crônica no 9º ano EF e 1º ano EM; Artigo de opinião no 2º e 3º anos EM.
Por sua vez nos anos ímpares, desenvolve ações de formação presencial e a distância, além da realização de estudos e pesquisas, elaboração e produção de recursos e materiais educativos.
A OLP é uma iniciativa do Ministério da Educação (MEC) e da Fundação Itaú Social, com coordenação técnica do Cenpec — Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária, a Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro tem como parceiros na execução das ações o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e o Canal Futura.
Os alunos e professores de Língua Portuguesa da EEEFM Bananal participaram das atividades da referida olimpíada. Através de uma comissão escolar foram escolhidos os textos dos alunos para a etapa nacional. Nesse momento, estamos publicando um dos textos.

Categoria: Artigo de opinião:
 
“NÔMADES” DO TRABALHO

Moro em uma pequena cidade de interior. Pequena só no tamanho, pois a admiração que ela recebe é digna das grandes cidades. Com pouco mais de 17 mil habitantes, Rio Bananal é assim chamado devido a uma característica natural que possuía: as inúmeras bananeiras que protegiam o rio que à corta, quando aqui chegaram os primeiros desbravadores. Infelizmente, hoje já não são tantas, conseqüência da tão espaçosa modernização. Mesmo assim, o nome da cidade deixou marcada a existência delas.
Apesar de seu batismo ter influência dos bananais, não é esta a cultura que promove o crescimento da cidade. Seja em pequenas ou grandes extensões de terra, são os cafezais que pintam de verde o solo ribanense, levando o sustento desenvolvimento às famílias da região, além de aquecer as manhãs do mundo inteiro.
Mas para que o tão saboroso cafezinho chegue ao alcance de nossas mãos, ele passa por um processo longo e cansativo, que exige o uso de grande mão-de-obra. Pois, caso o café não seja colhido no tempo certo, pode ter sua qualidade afetada, pondo em risco investimentos feitos durante todo o ano.
Com a safra do café conilon, o mais cultivado na região, é realizada durante o mesmo período para todos os produtores, consequentemente, a mão-de-obra se torna escassa no município, fazendo com que trabalhadores de outras cidades, e até mesmo estados, venham suprir a necessidade dos produtores rurais daqui.
Porém, mesmo depois de terem atravessado quilômetros de rodovias, deixando para trás pessoas amadas que passam noites em claro à sua espera, esses “nômades do trabalho” não são devidamente valorizados, pois se deparam com condições de vida subumanas, mas isso não é tudo. Muitos deles não tem sua carteira de trabalho assinada e são pagos por saco de café colhido. Portanto, deixam de ter direito ao FGTS (Fundo de Garantia pó Tempo de Serviço) e ficam vulneráveis à uma demissão a qualquer momento, podendo até não ter dinheiro para pagar sua passagem de volta para a casa.
Existe uma resistência por parte dos produtores rurais em relação a regulamentação de seus funcionários. Resistência que é até compreendida pelo fato de que o produtor  gasta mais para regularizar um funcionário, e além disso não tem certeza absoluta se ele compensará os gastos feito. A lei garante que todos tem direito à carteira assinada e condições dignas de trabalho. Isso é indiscutível. Além do mais, a época de coronéis e feudos já passou, estamos agora no século XXI, rumo ao crescimento econômico e intelectual do país.
Alguns acreditam que com a vinda de trabalhadores para cá a violência aumenta. Com a legalização do trabalhador de fora esse problema seria amenizado devido à existência de um registro de seus antecedentes criminais, e também, teria de cumprir com os deveres de um assalariado, o que diminuiria seu tempo de “folga”, evitando o vandalismo.
Apesar dos aparentes prejuízos financeiros que a regulamentação do trabalho trás e que espanta os produtores, ela é realmente necessária e positiva, pois evita maiores prejuízos futuros. Além de indispensável, é direito de todo cidadão trabalhador, que por isso só  já enfrenta conflitos diários, portanto, deve ter seus direitos respeitados. Afinal, tanto produtor, quanto funcionário, são extremamente dependente um do outro, sendo assim, é essencial que aja respeito, companheirismo e legalidade entre eles.


Professora: Soeli  Demoner Valle
Aluna: Caroline Elias Frigi
Série 3º M02

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